A caminho de meu trabalho, em um mesmo dia, pude observar por duas vezes pessoas lendo o Livro de Mórmon no ônibus. Eu nunca havia visto esse livro na mão de qualquer pessoa que não um missionário mórmon, portanto isso chamou minha atenção. Ainda mais quando acontece duas vezes no mesmo dia. Infelizmente, não me foi possível abordar essas pessoas para conversar sobre assuntos espirituais, já que havia uma abertura óbvia.
O mormonismo tem se tornado muito próximo de nós, por vários motivos. Entre eles, o fato de trabalhar com uma mulher mórmon. E nossas visitas constantes aos Estados Unidos acabam nos expondo mais à eles, já que existem aos montes por lá.
Nessa última viagem, quando estávamos no aeroporto para o embarque, três deles devidamente uniformizados estavam esperando no portão a chamada para embarcar no mesmo vôo que nós. Na hora me veio aquela vontade incontrolável de ir falar com eles. Três, ali, à minha disposição? Eu fico mais agitado que um labrador no momento de passear. Mas eu também estava checando se conseguiríamos embarcar de primeira classe ou não, então, estava meio ocupado no portão de embarque (hei, dez horas até Dallas não são fáceis de econômica. Tanto que fomos mesmo de primeira classe. Um pequeno direito missionário...).
Como não foi possível me conter, fui conversar com eles. Um deles estava lendo uma revista chamada Liahona (que eu já estava lendo em sua versão online no site deles) e utilizei isso como iniciador da conversa. Perguntei o que queria dizer a palavra Liahona em si. Eles me disseram que era o nome da bússola que guiou os peregrinos judeus em sua viagem. “Em sua viagem até a América do Norte, não?” perguntei. Começamos a conversar um pouco sobre o Livro de Mórmon e ficaram surpresos em saber que eu já havia lido o livro e conhecia as histórias. Infelizmente, deram início ao embarque e vi que eles ficaram entre tentarem embarcar e a responsabilidade de não desperdiçar a conversa. Eu encerrei a conversa para que eles pudessem seguir para o vôo. Só nos vimos novamente em Dallas na imigração, mas em filas diferentes. Depois não nos vimos mais.
Eu tenho um certo respeito pelo programa missionário dos mórmons. Não pela teologia, mas sim pelo investimento da igreja em missões. Nesse exato momento estou lendo sobre a formação dos missionários e os custo para cada um.
A igreja protestante no século 20 foi marcada pela negligencia de uma forma geral em missões e evangelismo pessoal. Esquecemos qual é o destino eterno daqueles que morrem sem Cristo. Esquecemos que todas as coisas que estão à nossa volta são insignificantes quando comparadas com as coisas eternas. Acreditamos que a pregação do “evangelho da prosperidade” tirou o foco de principal motivo para nossa existência (glorificar a Deus e viver Sua existência para todo o sempre) para substituí-lo pelo suprimento de nossas necessidades aqui na Terra. Que vergonha. E nada melhor para declarar a glória de Deus do que Ele salvar um miserável pecador como nós. Romanos 10:14 e 15 “Como pois invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram falar? e como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? assim como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam coisas boas”! Versículos batidos no meio cristão, mas que ficam sempre impressos nos folhetos missionários, não nos corações dos cristãos.
Pode ter sido uma coincidência ter visto pessoas lendo o Livro de Mórmon por ai. Ou talvez não. Mas é inegável que a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos dias está crescendo em nossa nação, assim como foi nos Estados Unidos. Nós cristãos devemos estar prontos para apresentar o verdadeiro evangelho para eles e mostrar que, apesar de serem bem organizados e cuidarem bem um dos outros, eles não apresentam o Jesus das Escrituras, mas sim um outro Jesus (2 Cor 11:4).
Estejam preparados meus irmãos.