Gostamos muito do canal Fox Life. Tem alguns programinhas bem legais. Às terças e quintas, gostamos de assistir Man Vs Food. O apresentador viaja pelos Estados Unidos visitando restaurantes com comidas deliciosas (e gordurosas) e também enfrenta desafios de comida, como por exemplo comer sozinho mais de dois quilos de carne em menos de um hora e coisas do tipo. Muito bom esse programa. Muito bom esse emprego. Desde, é claro, ele venha com um bom plano de saúde.
Mas enfim, esse post não é sobre o Man Vs Food (mas bem que poderia ser...), mas sim sobre o programa que vem a seguir, o do Dr. Oz. O apresentador é um conhecido médico americano, que fez fama no programa da Oprah (credo) e agora tem o seu próprio show.
Em um dos quadros, o Dr. Oz traz um convidado que está fora de forma e faz uma análise completa da situação da saúde dessa pessoa. Todo tipo de análise clínica é apresentada, uma a uma, associada ao que cada dado alterado pode fazer no longo e no curto prazo na vida do convidado. O paciente, que começa o quadro sorrindo, vai perdendo o sorriso e a cor a cada nova informação. A pessoa fica nitidamente pensando que vai morrer a qualquer minuto. O desespero se estabelece no rosto do paciente. E é nesse ponto que o Dr. Oz quer que seu paciente chegue.
Nesse momento, após convencer totalmente o doente da gravidade da doença, o Dr. Oz apresenta a cura. E muitas vezes ela não é agradável. Em um programa, o convidado era um caubói apaixonado por carne. Mas por causa de seu coração, precisaria trocar totalmente sua dieta para uma vegan, estritamente vegetariana. O caubói, quase aos prantos, cedeu imediatamente a nova dieta. Isso me levou a pensar na forma como fazemos evangelismo.
Quando vamos evangelizar, seja no dia a dia, seja em um trabalho específico, temos o costume de usar um principio bíblico muito simples: graça para o humilde, lei para o arrogante (Tiago 4:6). O que isso quer dizer?
Para que a pessoa perceba que ela precisa de um Salvador, é necessário primeiro que ela entenda que ela precisa de salvação. Ela precisa entender que está em perigo. Aí, ela vai apreciar muito mais a obra de Jesus Cristo na cruz, porque ela vai saber bem porque Ele é o Salvador. Nada a ver com essas bobagens que as igrejas estão pregando sobre melhoria de vida, sobre prosperidade, sobre “Ano de Pedro”, “Ano de Ester”, eu não sei qual ano eles estão. Mas como todos os outros anos, é ano de encher a carteira assim como encher o inferno. Divaguei.
Enfim, voltando, primeiro mostramos para a pessoa quão pecaminosa ela é (quão doente ela está) antes de apresentarmos a salvação (a cura). Por isso a abordagem do Dr. Oz me pareceu tão interessante.
Em nosso Curso de evangelismo, temos até três slide que falam exatamente isso:
Todo bom médico sabe que... / Primeiro a necessidade... / ...depois a cura.
Para aqueles que não estão muito convencidos de tão abordagem (e são muitos, infelizmente. Anos de evangelicalismo cauterizou a mente de muitos para as verdades sobre o evangelismo), você pode ver muito bem Jesus fazendo isso com a mulher no poço (João 4) e também com o jovem rico (Marcos 10:17-22). Paulo fez isso com Félix, por isso ele ficou com medo (Atos 24:25). O próprio apóstolo Paulo nos diz que o conhecimento do pecado vem com a Lei (Romanos 7:7).
A. B. Earl descreve muito bem esse posicionamento bíblico quando diz:
“Descobri através de extensa experiência que as mais sérias ameaças da Lei de Deus têm um papel importantíssimo na condução das pessoas a Cristo. Elas precisam se ver perdidas antes de clamar por misericórdia; elas não fugirão do perigo até que o enxerguem.”
E temos visto isso também na prática.
É interessante como certos princípios bíblicos são tão consistentes que podem ser bem usados em outros cenários do que o religioso.
Abaixo postamos o áudio de um evangelismo que fizemos algum tempo atrás e também um vídeo da Vivian evangelizando usando esses princípios bíblicos.