Encontrei a seguinte
citação no livro Teologia, do Alister McGrath. Na página 206 (de um calhamaço
de 660 páginas) é reproduzido o texto que o rei James I da Inglaterra, aquele
mesmo da Bíblia, escreveu para seu filho no livro Basilikon Doron. Pelo jeito o
rei entendia muito bem a relação entre Lei e Graça. Bem mais do que a igreja
dos nossos dias.
Toda a Bíblia é ditada
pelo Espírito de Deus para, dessa maneira (assim como por meio de sua palavra
viva), instruir e governar toda a igreja em ação, até os confins do mundo. Ela
compõe-se de duas partes, os Antigo e Novo Testamentos. A base do Antigo
Testamento é a Lei, que expõe nosso pecado e traz em si a justiça. A base do
Novo Testamento é Cristo, aquele que perdoando os pecados, encerra em si a
graça. A síntese da lei são os Dez Mandamentos, mostrados de forma mais
detalhada na Lei e interpretados pelos Profetas: por intermédio de suas
histórias são apresentados exemplos de obediência ou desobediência aos mandamentos
e qual praemium ou poena era, consequentemente, atribuído por Deus. Contudo,
tendo em vista que homem algum foi capaz de cumprir a Lei, nem sequer uma parte
dela, aprouve a Deus, em sua infinita bondade e sabedoria, enviar seu próprio
Filho como um de nós, segundo a nossa natureza, para alcançar sua justiça
mediante o sacrifício de seu Filho por nós: para que, uma vez que não pudemos ser
salvos por nossas obras, pudéssemos ser (ao menos) salvos pela fé. Portanto, a
base da Lei da Graça encontra-se nas histórias do nascimento, vida, morte e
ressurreição de Cristo.
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