Uma das formas de transmitir uma idéia e fazer a outra pessoa achar que a idéia é dela ou fazê-la considerar uma idéia oposta as suas é apresentar a nova idéia através de perguntas. Perguntas direcionadas. Isso é uma arte. Pode ser usada para o bem e para o mal. Rob Bell, famoso pelos seus vídeos da série Nooma, já há muito tempo provou que é um mestre na arte de fazer perguntas. Mas infelizmente, ele tem usado essas perguntas para, lentamente, desconstruir as crenças básicas do cristianismo e propagar o universalismo (crença que no final das contas, todos serão salvos, não importa suas crenças). Veja abaixo um vídeo promocional do novo livro de Rob Bell, Love Wins (O Amor Vence). Preste bastante atenção. Veja que, através de uma série de perguntas, Rob Bell coloca em cheque duas doutrinas básicas e importantes do cristianismo: punição eterna dos perdidos e salvação pela fé em Cristo. Veja o vídeo legendado:


Eu tenho uma amiga que gosta muito de Rob Bell. Ela assistiu os vídeos do Nooma e adorou. Fiquei triste quando soube disso, mas não esperava nada de diferente, já que ela tem um conhecimento bíblico mínimo e normalmente decide se algo é correto ou não pela sensação que causa e não pelo que está nas Escrituras. Rob Bell é bom em manipular as emoções. Mas não é o único. Leia abaixo um texto que Jeremy Grinnell, professor de teologia sistemática, escreveu em resposta ao vídeo promocional de Rob Bell. Através de uma série de perguntas, também é possível minar a propaganda universalista e apelar para as emoções para mostrar que um Deus que é amoroso, mas não aplica justiça, não pode ser confiável. Seria um irresponsável. E é esse deus que Rob Bell quer propagar.
Na verdade, uma cuidadosa leitura de João 3:18 a 21 seria o bastante para mostrar, a partir do texto bíblico, que o universalismo é um desvio doutrinário.
Abaixo, o texto em resposta a Rob Bell:

Muitos anos atrás eu estava passeando por um museu do holocausto e estava muito emocionado pelas imagens de sofrimento e brutalidade humana que eu vi por lá. E quase no final do passeio, em uma parede estava a foto de Hitler em pé na frente da Torre Eiffel em Paris. Eu e muitos que estavam comigo fomos atingidos pela idéia de Hitler aproveitando as belezas de Paris enquanto, no mesmo momento, uma das maiores atrocidades que o mundo já viu estava sendo levada a cabo pelas suas ordens.


Mas aparentemente, nem todo mundo viu da mesma forma.
Em algum momento nesse dia, alguém colocou uma nota manuscrita na foto, e na nota estava escrito: “tudo bem, porque Deus perdoou Hitler também.”
Deus perdoou ?
Ele perdoou?
E alguém sabe disso com certeza?
E teve a necessidade de contar para o resto de nós?
Será que a pessoa mais maldosa e impenitente do mundo, sendo o que ele era, ainda assim consegue ir para o céu?
E em relação à aquelas pessoas que não são tão ruins quanto ele – molestadores de crianças, racistas, traficantes.
E o resto de nós que só gritamos com nossos filhos, fechamos as pessoas na rodovia e sonegamos algum imposto?
O que faz o nosso mal menor e o de Hitler maior?
É o número de pessoas que você machuca? Ou o quanto você os machuca? Ou se alguém sabe? Ou se você tinha intenção ou não?
E se por acaso você foi a pessoa molestada ou seus entes queridos foram mortos por causa de sua etnia?
E então tem a pergunta por trás da pergunta. A verdadeira questão... Como Deus é?
Por que milhões e milhões aprenderam que a principal mensagem do evangelho de Jesus Cristo é que Deus está disposto a perdoar todo mundo não importa quem sejam ou qual maldade tenham cometido contra o resto de nós.
Então o que é sutilmente entendido e ensinado é que Deus está disposto a perdoar os causadores de maldade, não importa se suas vítimas viram justiça ou não. Esse Deus está disposto a deixar passar coisas que nós não devemos deixar.
Mas que tipo de Deus é esse?
Pode um Deus tão desinteressado em justiça ser bom?
Como esse Deus pode ser confiável?
Como isso pode ser... boas... novas?
É por isso que tantas pessoas não querem ter nada a ver com a fé Cristã.
Eles vêem tudo isso como uma lista de absurdos e inconsistências e dizem “por que eu iria querer fazer parte disso?”
Veja que o que acreditamos sobre o céu e o inferno é incrivelmente importante porque expõe o que acreditamos sobre quem Deus é e como Deus é.
O que você descobre na Bíblia é tão surpreendente e inesperado e belo que, seja lá o que for que aprendemos ou fomos ensinados, as boas novas são bem melhores do que podemos imaginar.
As boas novas são pura e perfeita justiça, sem acusações erradas, sem punição que não corresponde ao crime, sem motivos escondidos, sem dor e sofrimento não relacionados. Mas a verdadeira compensação para todos que já foram machucados ou traídos.
As boas novas são que “a justiça vence”.

“Quem crê nele não é julgado; mas quem não crê, já está julgado; porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. E o julgamento é este: A luz veio ao mundo, e os homens amaram antes as trevas que a luz, porque as suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal aborrece a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que seja manifesto que as suas obras são feitas em Deus”.
João 3:18-21